segunda-feira, maio 07, 2007


No Porto de San Diego,Califórnia

Eu estava a conversar com uma mulher sobre a tradição da Lua - um tipo de aprendizado feminino que trabalha em harmonia com as forças da natureza.
-Quer tocar numa gaivota? - perguntou ela, ao olhar para as aves na amurada do pier.
Claro que sim. Tentei algumas vezes, mas sempre que me aproximava, elas voavam.
- Tente sentir amor por ela. Depois, faça esse amor jorrar do seu peito como um feixe de luz, que atinge o peito da gaivota. E aproxime-se com calma.
Fiz o que ela mandou. Por duas vezes não consegui nada, mas à terceira - como se tivesse entrado em «transe» - consegui tocar na gaivota. Repeti o «transe», com o mesmo resultado positivo.
«O amor cria pontes onde isso parece impossível», diz a minha amiga feiticeira.
Conto aqui esta experiência para quem quiser tentar.

Do livro:
Ser como o rio que flui - Paulo Coelho